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Em Português Correcto

Blog interactivo onde se pretende dar resposta a questões sobre o português falado e/ ou escrito

Uso de maiúsculas

A utilização ou não de maiúscula suscita algumas dúvidas. Para além da maiúscula ser obrigatória no início de frases, ela deve ser empregue nas seguintes situações:
 
- nomes próprios de pessoas reais ou fictícias (antropónimos) e cognomes;
Ex.: Cláudia, D. Dinis, o Lavrador
 
- nomes de povos, raças, tribos, castas, entidades religiosas e suas crenças;
Ex.: Portugueses (Os Portugueses estão preocupados com a situação), Deus, Alá, Buda
 
Nota: no caso de funcionarem como adjectivos, os nomes dos povos surgem com minúscula.
Ex.: Os jogadores portugueses enfrentam uma poderosa equipa.
 
- nomes mitológicos e astronómicos;
Ex. Mercúrio, Ursa Maior, Neptuno
 
- nomes geográficos (topónimos) de localidades, ruas, serras, rios…
Ex.: Tejo, Lisboa
 
Nota: As designações geográficas como rio, cidade ou serra têm minúscula quando seguidas do nome que as específica.
Ex.: O Tejo banha Lisboa. = O rio Tejo banha a cidade de Lisboa
 
- pontos cardeais e colaterais quando designam regiões;
Ex.: O Norte é o jardim de Portugal.
 
- nomes relativos ao calendário (estações, meses, festas e festividades públicas tradicionais)
Ex.: Inverno, Janeiro, Natal
 
Nota: Os nomes dos dias da semana são grafados com minúscula desde que não surjam em início de frase.
Ex.: Na segunda-feira vou ao dentista.
 
- nomes de instituições, repartições e escolas
Ex.: Sociedade de Recreio Artístico, Escola Secundária Homem Cristo, Junta de Freguesia da Glória
 
Nota: Quando estes organismos não são individualizados, usa-se minúscula.
Ex.: Dirija-se a uma escola secundária para aderir ao programa. (uma escola qualquer)
 
- títulos de livros e publicações
Ex.: Dicionário de Língua Portuguesa, Diário de Aveiro
- formas pronominais com relevo especial
Ex.: Ele (Deus), Lhe (a Deus)
 
- substantivos equiparados a nomes de pessoas
Ex.: Fulano, Beltrano, Sicrano…
 
- formas reverenciosas de tratamento
Ex.: Dom, Frei, Majestade, Ex.mo Senhor
 
- nomes de vias, logradouros e bairros
Ex.: Alameda de Afonso Henriques, Cais do Sodré, Bairro Alto
 
- título de disciplinas ou conjuntos de disciplinas
Ex.: curso de Medicina, secção de Artes, disciplina de Língua Portuguesa
 
- nomes de edifícios ou propriedades
Ex.: Igreja da Misericórdia, Mosteiro dos Jerónimos
 
- a designação, quando só feita através de um substantivo (nome), de conceitos políticos, nacionais ou religiosos de particular elevação
Ex.: a Nação ( a nossa nação), a Língua (a nossa língua), o Estado (o nosso estado)
 
- a designação de estados e organizações nacionais
Ex.: República Portuguesa, Estados Unidos da América, Império Romano
 
- substantivos de especial sentido moral ou espiritual
Ex.: a Justiça, o Bem, a Verdade
 
- ideias personificadas (quando se lhe atribuem características humanas)
Ex.: Fraternidade, Inveja, Medo, Esperança
 
- designação de factos históricos e comemorações públicas
Ex.: Descobrimentos, Revolução Francesa
 
- designação dos actos oficiais
Ex.: o Decreto-Lei n.º…, o Regulamento …, a Portaria de…
 
- tratamento de deferência
Ex.: prezado Colega, querida Mãe
 
- abreviaturas
Ex.: A. (autor), V. (você), P.e (padre)

Pronúncia de molho e molhos

- Vou fazer um molho para temperar a salada.
- Cozi um molho de grelos para acompanhar o peixe.
Molho e molho são palavras homógrafas, isto é, escrevem-se da mesma maneira mas pronunciam-se de forma diferente. Assim pronunciamos “molho”
- com “o” fechado (môlho) quando queremos referir-nos a um tempero culinário, por exemplo “molho de tomate”
- com “o” aberto quando é sinónimo de “feixe”, “punhado”, por exemplo, um molho de grelos.
Quando se trata do plural, a distinção de sons mantem-se, ou seja, apesar de escrevermos sempre “molhos” dizemos “mólhos” de grelos e “môlhos” de tomate.
Exemplos:
- Este molho (môlho) de chocolate é divinal!
- Estes molhos (môlhos) são deliciosos!
- Comprei um molho (mólho) de bróculos.
- Comprei dois molhos (mólhos) de bróculos.

Sob ou sobre?

- Ele está sobre a mira da Polícia Judiciária.
 
Tal como na frase acima enunciada, é frequente confundir-se “sob” com “sobre”. Mas é fácil de perceber como distinguir estas preposições.
 
  • Sobre = por cima de. Ex. O pão está sobre a mesa.
  • Sob = por baixo de. Ex. O cão está sob a mesa.
 
Assim:
 
- Ele está sob a mira da Polícia Judiciária (= debaixo da mira)