Ao contrário do que acontece com o verbo “pôr”, que leva acento circunflexo para se distinguir da preposição “por”, todos os verbos que são formados a partir dele não têm acento: antepor, dispor, entrepor, interpor, justapor, pospor, prepor, propor, repor, sobpor, sobrepor, sotopor, subpor, superpor.
É sobre estas duas expressões, que são com frequência utilizadas de forma incorrecta, que vamos hoje reflectir.
Qual será a forma correcta?
a)Tenho que me ir embora.
b)Tenho de me ir embora.
Escolheu “tenho que”? Pois é, realmente ouve-se tantas vezes este erro que até o tomamos como certo. Mas a frase correcta, neste caso, é a da alínea b). Vejamos porquê:
Ter que usa-se no sentido de “ter algo para”. Usamos esta expressão quando antes do “que” podemos subentender as palavras “algo”, “coisa” ou “coisas.
Ter de serve para exprimir “dever”, “obrigação”, “desejo” ou “necessidade” em relação a alguma coisa. Assim, tomando o exemplo inicial, “tenho de me ir embora” significa que se tem necessidade ou se é obrigado a ir embora.
Vejamos mais alguns exemplos:
Tenho de estudar. = sou obrigado/ tenho necessidade de estudar
Tenho que estudar. = tenho muitas coisas para estudar
Tenho que comer. = tenho alimentos para comer.
Tenho de comer. = tenho necessidade, ou devo comer.
Ele estava mais mal preparado para o exame do que eu.
Esta frase está correcta? A resposta é afirmativa.
“Mais mal” e “pior” são formas do grau comparativo de superioridade do adjectivo “mau”. “Mais mal” utiliza-se quando o adjectivo que está a modificar é formado a partir de um particípio passado, enquanto que “pior” se utiliza em todos os outros casos. Exemplos:
Ele estava pior do que eu.
O texto dele estava mais mal escrito do que o meu.
Neste caso, a palavra “aparte” foi incorrectamente utilizada. “Aparte” é um substantivo/nome masculino que designa um comentário, uma interrupção ou observação. Exemplo:
Os apartes dele são sempre muito inconvenientes.
Também pode referir-se, em teatro, a uma fala de um actor em que ele simula estar a falar para si próprio.
Já a locução “à parte” pode ser sinónima de:
Em particular – O patrão chamou-o para uma conversa à parte.
Excepto – A viagem correu bem, à parte um pequeno problema com as malas.
Estas falhas resultam de uma confusão relacionada com o facto de a letra “z” surgir noutros verbos e, por associação, pensa-se que se deve usar um “z” quando se deveria usar um “s”.
Contudo é muito simples evitar este erro, porque só os verbos que têm “z” no infinitivo, mantêm-no nas formas verbais. Assim, dizer e fazer têm “z” sempre que a forma verbal contenha esse som, mas pôr e querer, não têm “z”. Exemplifiquemos: