Os nomes terminados em -ão formam o plural de três maneiras diferentes: em "ões", "ãos" ou "ães". Esta variação está relacionada com a origem da palavra. Por exemplo, o plural de pão é pães porque a palavra latina era panes.
Há algumas regras que podem ajudar a perceber como é o plural das palavras.
1. A maioria das palavras terminadas em -ão, forma o plural em -ões. Neste grupo incluem-se todos os aumentativos.
balão - balões
botão - botões
estação - estações
leão - leões
casarão - casarões
espertalhão - espertalhões
2. Todas as palavras graves (paroxítonas) formam o plural em -ãos, mas também algumas palavras agudas (oxítonas) e monossilábicas.
órfão - órfãos
sótão - sótãos
irmão - irmãos
pagão - pagãos
chão - chãos
mão - mãos
grão - grãos
3. Um pequeno número muda a terminação de -ão para -ães
alemão - alemães
cão - cães
capitão - capitães
charlatão - charlatães
pão - pães
sacristão - sacristães
tabelião - tabeliães
Algumas palavras aceitam várias formas de plural. É o caso de:
- Que nome se dá a uma mulher que dirige uma embaixada?
Embaixadora é a palavra que se institucionalizou para designar a mulher que ocupa o mais alto cargo diplomático de representação de um Estado noutro, chefiando uma embaixada.
Provavelmente alguns leitores estarão a questionar-se:
- Mas o feminino de embaixador não é embaixatriz?
Sim, caríssimos leitores, embaixatriz é o feminino de embaixador, mas embaixadora também é aceite como tal. A razão deste “duplo” feminino prende-se com questões relacionadas com a tradição.
Antigamente só os homens é que ocupavam o cargo de chefia de uma embaixada. Frequentemente, os embaixadores deslocavam-se com as suas famílias, em especial com as esposas a certos eventos. Passou-se então a chamar à esposa do embaixador, embaixatriz. Ora, os tempos mudaram e o cargo já pode também ser ocupado por mulheres. Para se diferenciarem das tradicionais embaixatrizes, esposas dos embaixadores, surgiu o termo embaixadoras.
Assim, hoje a palavra embaixador tem um duplo feminino e, assim chamamos:
Embaixatriz, à esposa do embaixador
Embaixadora, à mulher responsável pela chefia de uma embaixada
A primeira mulher portuguesa que exerceu este cargo (na UNESCO de 1975 a 1979), Maria de Lourdes Pintassilgo, foi oficialmente designada como embaixadora. Mais recentemente, Ana Gomes exerceu o cargo de Embaixadora de Portugal em Timor e actualmente temos duas embaixadoras, uma na Nigéria e outra na Eslovénia.
Já agora, ainda no âmbito dos cargos diplomáticos, o feminino de cônsul é consulesa.
Durante algum tempo, quando era criança, dizia "eu gomito", pois era o termo que usava a minha avó. Mais tarde, ensinaram-se que se devia dizer "eu vomito".
Com efeito, vomitar é o verbo consagrado pelo português padrão, mas "gomitar" surge-nos também no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, 8.ª edição, como sendo a forma popular de vomitar.
Por isso, embora se aceite "gomitar" enquanto regionalismo, deve-se usar a forma "vomitar".
Analisemos cada uma das expressões destacadas. "Mais bem" é o comparativo do advérbio "bem". "Melhor" é o comparativo de "bom".
O que está em causa nesta expressão? O estar bem preparado ou o estar bom preparado? Exacto, "estar bem preparado", logo a frase correcta é a da alínea a).
A expressão "mais bem" vem acompanhada de um particípio passado que acaba por funcionar como adjectivo e forma um todo com o advérbio. Daí que tenhamos expressões como bem-parecido e bem-feito que acabaram por se unir com um hífen. Assim, dizemos:
- Ele é mais bem-parecido que o irmão.
- Este bife está mais bem temperado do que o que comi ontem.
"É mentira. É uma grandessíssima mentira. Exijo que aquele senhor se retrate!"
Com frequência estes dois verbos são confundidos. Na frase acima usou-se erroneamente a forma "retrate", do verbo retratar que significa fazer um retrato. Portanto, está-se a pedir que alguém faça um retrato de si próprio, ao invés de pedir que desminta algo que disse anteriormente.
A frase mais correta é a da alínea a). Com efeito, as expressões “ter a ver” e “ter a haver” podem ser confundidas. Vejamos o que cada uma significa:
Ter a ver = ter relação (com), dizer respeito (a).
Ter a haver = ter a receber.
Clarifiquemos melhor com alguns exemplos:
O João não tem nada a ver com este problema. (=o problema não diz respeito ao João, não está relacionado com ele).
O João não tem nada a haver. (= o João não tem nada para receber.)
A confusão entre estas duas expressões poderia ser evitada se em vez de “ter a ver” usássemos a expressão mais correcta “ter que ver”. Realmente “ter a ver” é um galicismo, isto é, uma expressão que importámos do francês e que cada vez usamos mais em vez da portuguesa “ter que ver”.