A forma verbal em itálico é mais um erro frequente dos que por aí andam a deturpar a língua portuguesa. O verbo intervir é formado a partir do verbo vir (inter + vir) e por isso segue a sua conjugação.
Veja-se a conjugação do verbo vir no pretérito perfeito:
Eu vim
Tu vieste
Ele veio
Nós viemos
Vós viestes
Eles vieram
Logo:
Eu intervim
Tu intervieste
Ele interveio
Nós interviemos
Vós interviestes
Eles intervieram
Assim, devemos dizer:
“Eu intervim na reunião.” em vez de “Eu intervi na reunião.”
“Ele interveio na discussão.” em vez de “Ele interviu na discussão.”
Portanto, devemos usar como referência o verbo “vir” para conjugar o verbo “intervir”. Por isso, se dizemos “ele tem vindo tarde, não vamos dizer “ele tem intervido pouco”, mas “ele tem intervindo pouco.”
Esta regra deve aplicar-se a outros verbos formados pela adição de um prefixo a outro.
Assim:
Ele viu (ver) o tufão. – Ele previu (prever = pre+ver) o tufão. (e não preveu)
Ele tinha visto. – Ele tinha previsto. (e não prevido)
Quando se trata de exprimir tempo decorrido, usa-se a 3.ª pessoa do singular do verbo haver (há), que tem aqui um valor impessoal, e não a contração da preposição “a” com o artigo definido “a” (à).
Por isso, escreve-se:
- Há bocado estava a chover.
O mesmo serve para "há pouco", "há muito", "há dois dias" e outras formas de expressar tempo já passado.
Exemplos:
- Ainda há pouco me disseste exatamente o contrário.
- Andavam todos num frenesim para preparar a festa.
A frase acima enunciada está correta? Ou deveríamos substituir “frenesim” por “frenesi”?
Na verdade, tanto podemos usar o termo “frenesim” como “frenesi”. As duas formas são corretas e são sinónimas, tendo o significado de “atividade incansável”, “excitação”.
Por isso, pode escrever e dizer:
- Andavam todos num frenesim para preparar a festa.
- Andavam todos num frenesi para preparar a festa.
a) O que se passa entre mim e o João, só a nós diz respeito.
ou
b) O que se passa entre eu e o João, só a nós diz respeito.
A frase correta é a da alínea a). Quando se usam preposições (a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, mediante, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás) devemos utilizar as formas oblíquas dos pronomes pessoais (mim, ti, si, nós, vós, eles, elas).
Exceções:
- Se o pronome estiver em posição de sujeito, usa-se a forma reta do pronome pessoal (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas)
Exemplo: Para eu poder ir à festa, tenho de comprar um vestido.
- A preposição "com" tem formas próprias:
comigo, contigo, consigo, connosco, convosco
Portanto:
- O que se passa entremim e o João, só a nós diz respeito.