Na primeira frase empregou-se o pretérito imperfeito do conjuntivo, que é, como gosto de lhe chamar, o tempo dos “ss”, por ter dois “ss” e geralmente vir depois de um “se”. Ao nível da oralidade, verificamos que o primeiro “a” é fechado e o segundo, em virtude da dupla consoante (“ss”) é aberto (fâlásse). Uma forma de percebermos se separamos ou não o “se” é colocarmos a frase na negativa.
- Se ele não falasse nisso, ela ficaria chateada.
Concluímos que o “se” continua depois do verbo e, por isso, não se vai separar.
Já na segunda frase:
-Não se fala disso.
O “se” fica antes do verbo, por isso tem de se separar na forma afirmativa.
O “à”, forma contraída da preposição “a” com o artigo definido “a”, e o “há”, forma do verbo haver, continuam a suscitar muitas dúvidas.
Em geral, escrevemos “há” quando podemos substituir esta forma verbal por “existe” e quando vem acompanhada de expressões que indiquem tempo (minutos, dias, semanas, anos…), podendo também substituir-se por “faz”. Veja os seguintes exemplos:
- Já trabalho nisto há vários anos. (=Faz vários anos que trabalho nisto)
- Há muitas coisas que desconheço. (=Existem muitas coisas que desconheço)
Já “à” acompanha, geralmente, expressões de lugar, no sentido de “ir a algum lado”.
- Vou à feira.
No entanto, quando nos referimos a momentos do dia (tarde, noite…), devemos também usar “à”.
Segundo o Acordo Ortográfico de 1990 (também conhecido por novo acordo ortográfico), a forma correta é micro-ondas. Segundo a base XVI deste documento, usa-se o hífen quando o prefixo (o que vem antes da palavra, neste caso, micro) termina na mesma vogal com que se inicia a palavra (neste caso, ondas).
Por isso, escreve-se micro-ondas.
Nota:
Antes do Acordo escrevia-se microondas, por isso, quem continua a optar por não o aplicar, deve usar essa forma.