“Penso eu de que…” e outros problemas de regência com verbos
A expressão “penso eu de que” proferida pelo Bimbo da Costa, um dos bonecos do Contra-Informação”, serviu para caricaturar uma tendência para o uso errado da expressão “de que”. O verbo pensar não exige a preposição “de”, porque não pensamos “de alguma coisa”, pensamos em alguma coisa, logo, “pensamos que”.
Já outros verbos, em determinados contextos, requerem o uso da preposição de. Vejam-se alguns exemplos:
a) Ele informou-o de que iria chegar tarde.
b) Ele informou que iria chegar tarde.
Quando o complemento indirecto (a pessoa a quem damos a informação) se encontra expresso, o verbo deve vir seguido da preposição “de”. Assim, quando se informa alguém acerca de alguma coisa = informar de que. Quando não se indica a pessoa a quem se destina a informação, não se utiliza a preposição “de”, conforme se verifica em b).
c) Ele certificou-se de que tudo estava preparado para a reunião.
d) Ele certificou que ele tinha estado presente na reunião.
Quem se certifica, certifica-se de alguma coisa. Por isso com a forma reflexa do verbo certificar, devemos utilizar a preposição de. Já quando se usa o verbo certificar, com o sentido passar uma certidão ou de atestar, não é necessária a preposição.
Assim, a expressão “de que” aplica-se quando podemos aplicar ao verbo a expressão “de alguma coisa”, como em:
• Ele assegurou-se de que estava tudo bem fechado.
• Ele convenceu-se de que tinha razão.
• Ele apercebeu-se de que estava enganado.
• Ele lembrou-se de que tinha deixado o forno ligado.
Não se deve usar a preposição “de” com os verbos: afirmar, anunciar, comunicar, confessar, declarar, dizer, expor, manifestar, noticiar, ordenar, pretextar, proferir, publicitar, saber.
Portanto:
- Ele declarou que ia embora. -Ele declarou de que ia embora.
- Ele informou o pai de que ia embora. - Ele informou o pai que ia embora.